CDI
CDI significa Certificado de Depósito Interfinanceiro (ou Interbancário). Ele foi criado na década de 80, para garantir uma melhor distribuição de recursos das instituições financeiras. O CDI nada mais é do que uma taxa de captação e empréstimo de recursos entre bancos ou instituições financeiras, lastreadas em títulos privados. O CDI possui as mesmas características de um CDB, porém sua negociação é restrita ao mercado interbancário.
Os bancos devem reequilibrar suas reservas e seu caixa todos os dias, a fim de atingir uma meta de reserva bancária estipulada pelo Banco Central. Se o saldo de um banco estiver abaixo da meta, ele deverá tomar dinheiro emprestado com outro banco que estiver com sobras de reservas, até atingir o saldo junto ao Banco Central. Um banco pode desequilibrar suas reservas se em um determinado dia houver muitos saques e poucos depósitos. Além disso, existem os depósitos compulsórios, que nada mais são do que depósitos que os bancos precisam fazer junto ao Banco Central, pois é dessa maneira que o BC controla a quantidade de moeda em circulação, sendo este um importante instrumento da economia. Em outras palavras, no final do dia, o banco que tiver dinheiro sobrando empresta para quem não tem. As vantagens do CDI é a segurança, rapidez e ausência de taxação, isto é, é isento de IR e IOF.
Essas trocas de reservas entre os bancos podem ser feitas com títulos Públicos ou Privados. Se as trocas forem feitas com títulos Privados, deverá ser efetuado e registrado na CETIP (Central de Custódia e de Liquidação Financeira de Títulos Privados), sendo então remunerado por uma taxa do CDI. Se as trocas forem feitas com títulos Públicos, as mesmas são negociadas e registradas na Selic (Sistema Especial de Liquidação e Custódia), sendo remunerado por uma taxa Selic. Na Cetip, os prazos de negociação podem ser maiores do que um dia, diferentemente na Selic, embora isso seja raro de acontecer.
Geralmente, a taxa do CDI e a taxa Selic são bem próximas uma da outra, porém, existindo apenas uma pequena diferença, principalmente pela própria natureza dos títulos. Um banco que pega dinheiro emprestado com outro banco por meio da CETIP, isto é, com títulos privados, pagará uma taxa maior do que se estivesse pegando emprestado por meio da Selic, isto é, com títulos Públicos. Isso acontece porque o risco de um título privado é maior do que um título público, ou seja, o risco do título privado representa o banco que está emprestando dinheiro e o risco do título público é o próprio governo.
Com todos os ativos liquidados, a CETIP calcula uma média de todas as taxas praticadas durante o dia. As taxas registradas são colocadas em ordem crescente, havendo um corte de 5% dos dados extremos, isto é, é feito um corte de 5% dos extremos maiores e menores. A média ponderada dessas operações é a famosa taxa DI over, sendo divulgada pela CETIP de forma anualizada (252 dias úteis).
O CDI é um dos índices de maior importância no mercado brasileiro. Sua média diária é amplamente usado pelo mercado como parâmetro de remuneração de vários produtos financeiros, como por exemplo, o CDB, a letra de crédito imobiliário, letra de crédito agrícola, etc. Além disso, o CDI é utilizado como um benchmark para os fundos de investimentos, isto é, uma referência para comparar os resultados, sendo ultrapassar a rentabilidade do CDI um dos principais objetivos dos fundos de investimentos. Ao investir dinheiro e adquirir um produto financeiro, o mínimo que se espera é que seu resultado seja muito próximo ou superior ao CDI.
Logo, é imprescindível o acompanhamento dos seus investimentos a fim de saber se a rentabilidade está em linha com a rentabilidade do CDI. Não é difícil conseguir uma rentabilidade que seja igual ou superar a 100% do CDI. Entretanto, é importante ficar atento ás taxas cobradas pelos bancos e fundos e também os impostos, pois alguns investimentos remuneram a 100% do CDI, porém as taxas e impostos acabam corroendo parte dos lucros.
Para consultar o histórico da taxa CDI, basta entrar no cite da CETIP: